CURSO DE FORMAÇÃO POLÍTICA CRISTÃ
Cristãos e impostos
pesados e injustos: oportunidade para ação ou acomodação
ESTADOS UNIDOS, SÉCULO 18 — Havia muito pecado na sociedade americana e no governo
inglês que a controlava, mas Deus teve misericórdia. Através da pregação de
Jonathan Edwards, John Wesley e George Whitefield, houve muita abertura ao
Evangelho. As pessoas começaram a se arrepender. Os líderes das igrejas
evangélicas começaram a se arrepender. Grande foi o quebrantamento.
A sociedade americana experimentou o impacto
da presença e convicção do Espírito Santo. As pessoas começaram a mudar. O
resultado foi um grande reavivamento. Contudo, o governo inglês, que dominava a
sociedade americana, não se deixou afetar por nenhum arrependimento ou
quebrantamento. O governo continuou em seus pecados. O governo, como faraó,
começou a impor sobre a população americana impostos mais elevados
Entretanto, o arrependimento, quebrantamento e
reavivamento entre os americanos lhes deram condições de se abrirem
profundamente para Deus. Nessa abertura espiritual, Deus os abençoou. Eles já
estavam há muito tempo inconformados com as injustas políticas de impostos do
governo. Com sua abertura espiritual, depois de poucas décadas essa
inconformação acabou se transformando em bem-sucedida ação social. O pingo
d’água foi a taxação excessiva e absurda do rei da Inglaterra sobre o preço do
chá que os americanos tomavam. Como protesto, os americanos trocaram o chá pelo
café — e mal poderiam imaginar que por causa dessa substituição o café acabaria
se tornando um hábito é até vício não só nos EUA, mas também no Brasil! Sem
perda de tempo, o povo americano, em grande parte evangélico, se uniu, rejeitou
o governo inglês e sua terrível opressão tributária, e assim começou a guerra
de independências dos Estados Unidos.
A bem-sucedida revolta dos americanos contra
os ingleses e seus abusos foi espetacular, pois a Inglaterra era o maior
império na face da terra e ninguém sonharia em desafia esse gigante militar —
principalmente os americanos, que poucos recursos tinham. No entanto, os
reavivamentos que ocorreram anos antes da revolta foram fundamentais para
preparar espiritualmente o coração dos americanos. Sem preparo espiritual, todo
planejamento e preparo físico, material e humano é inútil. Sem preparo
espiritual, os poderosos exércitos ingleses exterminariam facilmente a revolta
e o anseio americano de liberdade. Por trás da vitória dos americanos sobre o
Império Britânico está a preparação espiritual que Deus lhes concedeu — um
segredo que poucos conhecem.
BRASIL, SÉCULO 18 — Inspirados pelo exemplo americano, brasileiros
planejaram se revoltar contra o governo português, que dominava a sociedade
brasileira. O povo estava cansado dos impostos pesados e injustos. Houve todo o
empenho e sacrifício para libertar o povo da tirania portuguesa. Mas não havia
pregações precedentes de homens como Jonathan Edwards, John Wesley e George
Whitefield. Havia muito pecado na sociedade brasileira e no governo português
que a dominava, mas não houve nenhum arrependimento, quebrantamento e
reavivamento — nada espiritualmente relevante que ajudasse o povo brasileiro a
abrir o coração a Deus para ter sua bênção muito antes da revolta
planejada. Resultado: Joaquim José da Silva Xavier, também conhecido como
Tiradentes e líder da revolta contra o governo português, foi enforcado e
esquartejado, e os impostos continuaram altos.
BRASIL, SÉCULO 21 — Não há mais nenhum governo português dominando a
sociedade brasileira. Os portugueses não têm mais nenhuma autoridade para
cobrar impostos injustos e iníquos no Brasil. Dos portugueses, os brasileiros
estão livres. Mas não estão livres dos impostos elevados, injustos e iníquos.
Aliás, os impostos cobrados pelo atual governo do Brasil são muito mais
elevados do que os impostos cobrados pela tirania portuguesa. Enquanto os
portugueses cobravam de imposto do povo brasileiro o famoso “quinto”, ou 20%
de toda a renda, Robson Alves Ribeiro, em seu artigo “Dois quintos do
inferno — a derrama atual”, declara: “Hoje, a carga tributária é o dobro
daquela época da Inconfidência Mineira, ou seja, pagamos hoje dois quintos dos
infernos!!! A carga tributária brasileira atingiu 38,80%
do PIB em 2006”.
A diferença entre o Brasil do século 18
e o Brasil do século 21 é que
no passado não havia um povo para buscar arrependimento, quebrantamento e
reavivamento. Hoje o Brasil tem uma grande população evangélica. No entanto, os
recursos e energias dos evangélicos não são gastos para buscar um reavivamento
para mudar primeiramente seus corações, depois a sociedade e depois
o governo. Seus recursos e energias são usados principalmente para a obtenção
de prosperidade pessoal. Mas ao prosperarem, tudo o que esses evangélicos fazem
é obter condições de pagar melhor os elevados impostos do governo! Em vez de se
inconformarem com os impostos elevados do governo, a maioria dos evangélicos
prefere se acomodar e engordar de impostos um
governo que investe loucamente na promoção do homossexualismo e do aborto.
Em vez de quebrantamento e arrependimento, vê-se o aumento do pecado na
sociedade e no governo do Brasil.
A teologia da prosperidade prospera nas
igreja, distraindo líderes e membros dos graves pecados e problemas que assolam
a sociedade e a nação e distraindo-os também da busca de um reavivamento. Nas
igrejas, também prospera a falta de arrependimento e quebrantamento. Na
sociedade, prospera o pecado. Evidentemente, o governo não tem nada contra a
teologia da prosperidade. Um cristão mais próspero significa simplesmente um cristão
com mais dinheiro para pagar ao Leão do Imposto de Renda. Não se admire então
com o fato de o presidente Lula se sentir tão a vontade com a visita de
pregadores de prosperidade.
A sociedade está acomodada — e seus cidadãos,
que pagam impostos elevados, estão satisfeitos e conformados com essa situação.
As igrejas estão acomodadas — e seus membros, que pagam impostos elevados,
estão também satisfeitos e conformados com essa situação. Só o governo não está
acomodado, de tão ocupado que está com todos os impostos que recebe! O governo
está muito satisfeito com os impostos e também com a acomodação da sociedade e
das igrejas.
Como então o governo mudará quando não há no
Brasil líderes e igrejas que têm experiência de arrependimento e quebrantamento?
O resultado da revolta americana contra os
impostos injustos foi vitória — porque muitos anos antes multidões de
americanos se abriram para Deus através de arrependimento, quebrantamento e
reavivamento. O resultado da revolta de Tiradentes contra os impostos injustos
foi enforcamento e morte — porque ninguém, nem Tiradentes nem multidões de
brasileiros conheciam a preparação espiritual que precedeu a revolta americana.
Se Tiradentes conhecesse o segredo espiritual dos americanos, ele mudaria de
país. O Brasil estava sem solução no passado.
Tragicamente, o Brasil se encontra ainda sem
solução. Os elevados impostos dos portugueses do passado são hoje o dobro do
que eram. O brasileiro passa quase metade do tempo em seu emprego trabalhando
exclusivamente para pagar impostos, perdendo uma parte vital de sua renda que
poderia e deveria ser investida em sua própria família. Mas ninguém se importa.
Nem mesmo os brasileiros cristãos se sentem incomodados, sendo forçados a pagar
muito mais ao governo em impostos do que dão a Deus em dízimos e ofertas! Se
isso não é escravidão, então é o que?
Os evangélicos nada vêem, mas se Moisés
visitasse o Brasil moderno ele veria o óbvio: Faraó continua ativo e oprimindo
com cargas e tributos.
EUA
rico & Brasil pobre: realidades opostas
Os Estados Unidos têm uma história de mais de duzentos anos
de independência dos ingleses e de sua opressão tributária. O Brasil tem uma
história de quase duzentos anos de independência dos portugueses — mas não da
opressão tributária. Os americanos, mesmo sendo muito mais ricos do que os
brasileiros, pagam muito menos impostos do que os brasileiros. Talvez seja por
esse motivo que os americanos prosperem tanto e os brasileiros não consigam
sair da pobreza: o brasileiro vive basicamente para enriquecer o governo.
Quando os ganhos de alguém são transferidos para outra pessoa, é natural que um
empobreça e outro enriqueça. É de admirar então tanta pobreza entre os
brasileiros e tanto acúmulo de riqueza entre os que “trabalham” no governo?
Aliás, a situação hoje no Brasil é tal que até
Tiradentes ficaria desesperado. Ele estava revoltado contra os altos impostos
do governo português daquela época. Mal ele poderia antever que, com a
independência, o próprio governo brasileiro chegaria a dobrar essa opressão sobre
o povo brasileiro! Sem perspectiva nenhuma de arrependimento, quebrantamento e
reavivamento para preparar posteriormente o povo do Brasil para uma revolta
necessária, como Tiradentes poderia evitar o desespero? Se ele e o povo
brasileiro daquela época já estavam revoltados, eles ficariam duplamente
revoltados ou duplamente desesperados se pudessem imaginar que no futuro o povo
do Brasil sofreria uma carga dobrada de impostos!
Ninguém pode negar que o povo brasileiro seja
provavelmente o povo mais pacífico do mundo. O brasileiro vive para trabalhar e
o governo vive para lhe tomar boa parte da renda. Mas o brasileiro é calmo.
Longe dele se revoltar contra essa injustiça, pois ele está ocupado demais
preocupado com sua segurança — uma segurança que o próprio Estado não lhe dá,
embora use a questão da segurança como um dos motivos para cobrar impostos
elevados.
Contudo, mesmo tendo perdido a capacidade de
se revoltar como Tiradentes, o brasileiro consegue ao menos entender que entre
um país independente com impostos dobrados e um país independente sem tais
impostos injustos, o melhor é trocar de país. Assim, a pobreza imposta pelos
tributos e impostos do governo brasileiro leva todos os anos multidões de
brasileiros a fugir para os EUA como imigrantes ilegais. É tudo o que o
brasileiro consegue fazer para mostrar que Tiradentes estava certo: os impostos
elevados são um absurdo. Para o brasileiro, lavar pratos nos EUA é melhor do
que ser escravo tributário no Brasil!
Tiradentes se inspirou nos americanos para
tentar mudar o Brasil. Duzentos anos depois, os brasileiros se inspiram nos
americanos para mudar de país! Se toda a população brasileira conseguir se
mudar, finalmente os impostos dobrados acabarão — o governo não terá mais
ninguém de quem cobrar!
Desde a fracassada revolta de Tiradentes, o
povo brasileiro nunca mais teve coragem de se levantar contra os impostos
elevados do governo. Tudo o que o brasileiro consegue fazer é cruzar os braços
e as pernas para tomar seu cafezinho — símbolo da própria revolta bem-sucedida
americana contra a opressão tributária, embora milhões de brasileiros tomem
café todos os dias sem jamais imaginar o motivo por que essa bebida se tornou
tão popular no Brasil. Se Hugo Chavez, candidato favorito para ocupar o lugar
da múmia ditadora Fidel Castro, descobrir esse “segredo”, ordenará um boicote
internacional contra o café, sob a alegação de que a difusão do café no mundo
todo foi uma conspiração dos imperialistas americanos…
Se imitarmos Tiradentes, que tentou imitar os
americanos (mas sem os ingredientes vitais precedentes do arrependimento,
quebrantamento e reavivamento), encontraremos um governo que, embora não mais
enforque e esquarteje seus inimigos, tem ainda o poder e a autoridade de causar
muitos infortúnios legais aos que se levantam contra suas injustiças.
A boa notícia é que não precisamos nos
inspirar no exemplo de Tiradentes. Podemos nos inspirar em Moisés e também nos
americanos do século 18, os
quais o próprio Tiradentes tentou imitar.
O
Brasil e suas igrejas precisam de quebrantamento e arrependimento
Enquanto o governo e a sociedade do Brasil abundam dos
mesmos pecados que destruíram Sodoma e Gomorra, as igrejas brasileiras abundam
de pregadores de prosperidade material. Mas onde estão os pregadores de
quebrantamento e arrependimento? Onde estão os líderes evangélicos
inconformados com o pecado na sociedade e no governo?
Onde estão os Jonathan Edwards, John Wesleys e
George Whitefields para pregarem que o povo brasileiro e as igrejas evangélicas
precisam se arrepender?
Deus quer realizar grandes obras no Brasil.
Ele quer mudar a cara e o coração do governo do Brasil. Ele quer libertar a
sociedade e o governo de seus horríveis pecados.
Mas primeiro, precisa haver quebrantamento e
arrependimento nas igrejas e seus líderes.
Só depois o reavivamento virá.
E só depois, Deus preparará o coração
do povo para uma justa mobilização social. E só depois, Deus levantará
um povo inconformado com as injustiças e impostos elevados do governo. Essa
inconformação santa deu certo entre os americanos do século 18,
que venceram o domínio do faraó inglês sobre eles. Por que não haveria de dar
certo no Brasil do século 21?
Os evangélicos americanos conseguiram com
oração e ação obter a independência dos ingleses e de sua opressão tributária.
O Brasil, praticamente sem nenhum evangélico, só conseguiu a independência. A
opressão dos tributos continua ainda hoje pesando sobre os brasileiros, até
mesmo sobre os evangélicos, numa escravidão que já dura séculos.
Como no caso dos americanos, só Deus pode
ajudar o povo do Brasil. Os graves pecados da sociedade e do governo do Brasil
são uma oportunidade para os cristãos se prostrarem diante de Deus por meio de
quebrantamento e arrependimento. É só assim que o reavivamento virá. Depois dos
reavivamentos, Deus levantará homens para fazer história neste país, e os dias
de opressão tributária e investimentos loucos de impostos em políticas de
aborto e homossexualismo estarão contados.
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