sexta-feira, 17 de maio de 2013

Cristãos e impostos pesados e injustos: oportunidade para ação ou acomodação - Julio Severo


CURSO DE FORMAÇÃO POLÍTICA CRISTÃ

Cristãos e impostos pesados e injustos: oportunidade para ação ou acomodação

 

 
ESTADOS UNIDOS, SÉCULO 18 — Havia muito pecado na sociedade americana e no governo inglês que a controlava, mas Deus teve misericórdia. Através da pregação de Jonathan Edwards, John Wesley e George Whitefield, houve muita abertura ao Evangelho. As pessoas começaram a se arrepender. Os líderes das igrejas evangélicas começaram a se arrepender. Grande foi o quebrantamento.
A sociedade americana experimentou o impacto da presença e convicção do Espírito Santo. As pessoas começaram a mudar. O resultado foi um grande reavivamento. Contudo, o governo inglês, que dominava a sociedade americana, não se deixou afetar por nenhum arrependimento ou quebrantamento. O governo continuou em seus pecados. O governo, como faraó, começou a impor sobre a população americana impostos mais elevados
Entretanto, o arrependimento, quebrantamento e reavivamento entre os americanos lhes deram condições de se abrirem profundamente para Deus. Nessa abertura espiritual, Deus os abençoou. Eles já estavam há muito tempo inconformados com as injustas políticas de impostos do governo. Com sua abertura espiritual, depois de poucas décadas essa inconformação acabou se transformando em bem-sucedida ação social. O pingo d’água foi a taxação excessiva e absurda do rei da Inglaterra sobre o preço do chá que os americanos tomavam. Como protesto, os americanos trocaram o chá pelo café — e mal poderiam imaginar que por causa dessa substituição o café acabaria se tornando um hábito é até vício não só nos EUA, mas também no Brasil! Sem perda de tempo, o povo americano, em grande parte evangélico, se uniu, rejeitou o governo inglês e sua terrível opressão tributária, e assim começou a guerra de independências dos Estados Unidos.
A bem-sucedida revolta dos americanos contra os ingleses e seus abusos foi espetacular, pois a Inglaterra era o maior império na face da terra e ninguém sonharia em desafia esse gigante militar — principalmente os americanos, que poucos recursos tinham. No entanto, os reavivamentos que ocorreram anos antes da revolta foram fundamentais para preparar espiritualmente o coração dos americanos. Sem preparo espiritual, todo planejamento e preparo físico, material e humano é inútil. Sem preparo espiritual, os poderosos exércitos ingleses exterminariam facilmente a revolta e o anseio americano de liberdade. Por trás da vitória dos americanos sobre o Império Britânico está a preparação espiritual que Deus lhes concedeu — um segredo que poucos conhecem.
BRASIL, SÉCULO 18 — Inspirados pelo exemplo americano, brasileiros planejaram se revoltar contra o governo português, que dominava a sociedade brasileira. O povo estava cansado dos impostos pesados e injustos. Houve todo o empenho e sacrifício para libertar o povo da tirania portuguesa. Mas não havia pregações precedentes de homens como Jonathan Edwards, John Wesley e George Whitefield. Havia muito pecado na sociedade brasileira e no governo português que a dominava, mas não houve nenhum arrependimento, quebrantamento e reavivamento — nada espiritualmente relevante que ajudasse o povo brasileiro a abrir o coração a Deus para ter sua bênção muito antes da revolta planejada. Resultado: Joaquim José da Silva Xavier, também conhecido como Tiradentes e líder da revolta contra o governo português, foi enforcado e esquartejado, e os impostos continuaram altos.
BRASIL, SÉCULO 21 — Não há mais nenhum governo português dominando a sociedade brasileira. Os portugueses não têm mais nenhuma autoridade para cobrar impostos injustos e iníquos no Brasil. Dos portugueses, os brasileiros estão livres. Mas não estão livres dos impostos elevados, injustos e iníquos. Aliás, os impostos cobrados pelo atual governo do Brasil são muito mais elevados do que os impostos cobrados pela tirania portuguesa. Enquanto os portugueses cobravam de imposto do povo brasileiro o famoso “quinto”, ou 20% de toda a renda, Robson Alves Ribeiro, em seu artigo “Dois quintos do inferno — a derrama atual”, declara: “Hoje, a carga tributária é o dobro daquela época da Inconfidência Mineira, ou seja, pagamos hoje dois quintos dos infernos!!! A carga tributária brasileira atingiu 38,80% do PIB em 2006.
A diferença entre o Brasil do século 18 e o Brasil do século 21 é que no passado não havia um povo para buscar arrependimento, quebrantamento e reavivamento. Hoje o Brasil tem uma grande população evangélica. No entanto, os recursos e energias dos evangélicos não são gastos para buscar um reavivamento para mudar primeiramente seus corações, depois a sociedade e depois o governo. Seus recursos e energias são usados principalmente para a obtenção de prosperidade pessoal. Mas ao prosperarem, tudo o que esses evangélicos fazem é obter condições de pagar melhor os elevados impostos do governo! Em vez de se inconformarem com os impostos elevados do governo, a maioria dos evangélicos prefere se acomodar e engordar de impostos um governo que investe loucamente na promoção do homossexualismo e do aborto. Em vez de quebrantamento e arrependimento, vê-se o aumento do pecado na sociedade e no governo do Brasil.
A teologia da prosperidade prospera nas igreja, distraindo líderes e membros dos graves pecados e problemas que assolam a sociedade e a nação e distraindo-os também da busca de um reavivamento. Nas igrejas, também prospera a falta de arrependimento e quebrantamento. Na sociedade, prospera o pecado. Evidentemente, o governo não tem nada contra a teologia da prosperidade. Um cristão mais próspero significa simplesmente um cristão com mais dinheiro para pagar ao Leão do Imposto de Renda. Não se admire então com o fato de o presidente Lula se sentir tão a vontade com a visita de pregadores de prosperidade.
A sociedade está acomodada — e seus cidadãos, que pagam impostos elevados, estão satisfeitos e conformados com essa situação. As igrejas estão acomodadas — e seus membros, que pagam impostos elevados, estão também satisfeitos e conformados com essa situação. Só o governo não está acomodado, de tão ocupado que está com todos os impostos que recebe! O governo está muito satisfeito com os impostos e também com a acomodação da sociedade e das igrejas.
Como então o governo mudará quando não há no Brasil líderes e igrejas que têm experiência de arrependimento e quebrantamento?
O resultado da revolta americana contra os impostos injustos foi vitória — porque muitos anos antes multidões de americanos se abriram para Deus através de arrependimento, quebrantamento e reavivamento. O resultado da revolta de Tiradentes contra os impostos injustos foi enforcamento e morte — porque ninguém, nem Tiradentes nem multidões de brasileiros conheciam a preparação espiritual que precedeu a revolta americana. Se Tiradentes conhecesse o segredo espiritual dos americanos, ele mudaria de país. O Brasil estava sem solução no passado.
Tragicamente, o Brasil se encontra ainda sem solução. Os elevados impostos dos portugueses do passado são hoje o dobro do que eram. O brasileiro passa quase metade do tempo em seu emprego trabalhando exclusivamente para pagar impostos, perdendo uma parte vital de sua renda que poderia e deveria ser investida em sua própria família. Mas ninguém se importa. Nem mesmo os brasileiros cristãos se sentem incomodados, sendo forçados a pagar muito mais ao governo em impostos do que dão a Deus em dízimos e ofertas! Se isso não é escravidão, então é o que?
Os evangélicos nada vêem, mas se Moisés visitasse o Brasil moderno ele veria o óbvio: Faraó continua ativo e oprimindo com cargas e tributos.

EUA rico & Brasil pobre: realidades opostas

Os Estados Unidos têm uma história de mais de duzentos anos de independência dos ingleses e de sua opressão tributária. O Brasil tem uma história de quase duzentos anos de independência dos portugueses — mas não da opressão tributária. Os americanos, mesmo sendo muito mais ricos do que os brasileiros, pagam muito menos impostos do que os brasileiros. Talvez seja por esse motivo que os americanos prosperem tanto e os brasileiros não consigam sair da pobreza: o brasileiro vive basicamente para enriquecer o governo. Quando os ganhos de alguém são transferidos para outra pessoa, é natural que um empobreça e outro enriqueça. É de admirar então tanta pobreza entre os brasileiros e tanto acúmulo de riqueza entre os que “trabalham” no governo?
Aliás, a situação hoje no Brasil é tal que até Tiradentes ficaria desesperado. Ele estava revoltado contra os altos impostos do governo português daquela época. Mal ele poderia antever que, com a independência, o próprio governo brasileiro chegaria a dobrar essa opressão sobre o povo brasileiro! Sem perspectiva nenhuma de arrependimento, quebrantamento e reavivamento para preparar posteriormente o povo do Brasil para uma revolta necessária, como Tiradentes poderia evitar o desespero? Se ele e o povo brasileiro daquela época já estavam revoltados, eles ficariam duplamente revoltados ou duplamente desesperados se pudessem imaginar que no futuro o povo do Brasil sofreria uma carga dobrada de impostos!
Ninguém pode negar que o povo brasileiro seja provavelmente o povo mais pacífico do mundo. O brasileiro vive para trabalhar e o governo vive para lhe tomar boa parte da renda. Mas o brasileiro é calmo. Longe dele se revoltar contra essa injustiça, pois ele está ocupado demais preocupado com sua segurança — uma segurança que o próprio Estado não lhe dá, embora use a questão da segurança como um dos motivos para cobrar impostos elevados.
Contudo, mesmo tendo perdido a capacidade de se revoltar como Tiradentes, o brasileiro consegue ao menos entender que entre um país independente com impostos dobrados e um país independente sem tais impostos injustos, o melhor é trocar de país. Assim, a pobreza imposta pelos tributos e impostos do governo brasileiro leva todos os anos multidões de brasileiros a fugir para os EUA como imigrantes ilegais. É tudo o que o brasileiro consegue fazer para mostrar que Tiradentes estava certo: os impostos elevados são um absurdo. Para o brasileiro, lavar pratos nos EUA é melhor do que ser escravo tributário no Brasil!
Tiradentes se inspirou nos americanos para tentar mudar o Brasil. Duzentos anos depois, os brasileiros se inspiram nos americanos para mudar de país! Se toda a população brasileira conseguir se mudar, finalmente os impostos dobrados acabarão — o governo não terá mais ninguém de quem cobrar!
Desde a fracassada revolta de Tiradentes, o povo brasileiro nunca mais teve coragem de se levantar contra os impostos elevados do governo. Tudo o que o brasileiro consegue fazer é cruzar os braços e as pernas para tomar seu cafezinho — símbolo da própria revolta bem-sucedida americana contra a opressão tributária, embora milhões de brasileiros tomem café todos os dias sem jamais imaginar o motivo por que essa bebida se tornou tão popular no Brasil. Se Hugo Chavez, candidato favorito para ocupar o lugar da múmia ditadora Fidel Castro, descobrir esse “segredo”, ordenará um boicote internacional contra o café, sob a alegação de que a difusão do café no mundo todo foi uma conspiração dos imperialistas americanos…
Se imitarmos Tiradentes, que tentou imitar os americanos (mas sem os ingredientes vitais precedentes do arrependimento, quebrantamento e reavivamento), encontraremos um governo que, embora não mais enforque e esquarteje seus inimigos, tem ainda o poder e a autoridade de causar muitos infortúnios legais aos que se levantam contra suas injustiças.
A boa notícia é que não precisamos nos inspirar no exemplo de Tiradentes. Podemos nos inspirar em Moisés e também nos americanos do século 18, os quais o próprio Tiradentes tentou imitar.

O Brasil e suas igrejas precisam de quebrantamento e arrependimento

Enquanto o governo e a sociedade do Brasil abundam dos mesmos pecados que destruíram Sodoma e Gomorra, as igrejas brasileiras abundam de pregadores de prosperidade material. Mas onde estão os pregadores de quebrantamento e arrependimento? Onde estão os líderes evangélicos inconformados com o pecado na sociedade e no governo?
Onde estão os Jonathan Edwards, John Wesleys e George Whitefields para pregarem que o povo brasileiro e as igrejas evangélicas precisam se arrepender?
Deus quer realizar grandes obras no Brasil. Ele quer mudar a cara e o coração do governo do Brasil. Ele quer libertar a sociedade e o governo de seus horríveis pecados.
Mas primeiro, precisa haver quebrantamento e arrependimento nas igrejas e seus líderes.
Só depois o reavivamento virá.
E só depois, Deus preparará o coração do povo para uma justa mobilização social. E só depois, Deus levantará um povo inconformado com as injustiças e impostos elevados do governo. Essa inconformação santa deu certo entre os americanos do século 18, que venceram o domínio do faraó inglês sobre eles. Por que não haveria de dar certo no Brasil do século 21?
Os evangélicos americanos conseguiram com oração e ação obter a independência dos ingleses e de sua opressão tributária. O Brasil, praticamente sem nenhum evangélico, só conseguiu a independência. A opressão dos tributos continua ainda hoje pesando sobre os brasileiros, até mesmo sobre os evangélicos, numa escravidão que já dura séculos.
Como no caso dos americanos, só Deus pode ajudar o povo do Brasil. Os graves pecados da sociedade e do governo do Brasil são uma oportunidade para os cristãos se prostrarem diante de Deus por meio de quebrantamento e arrependimento. É só assim que o reavivamento virá. Depois dos reavivamentos, Deus levantará homens para fazer história neste país, e os dias de opressão tributária e investimentos loucos de impostos em políticas de aborto e homossexualismo estarão contados.
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