CURSO DE FORMAÇÃO POLÍTICA CRISTÃ
Pena de Morte: Contradições
difíceis de entender
Há
um paradoxo irracional e até bizarro nas atitudes sociais de hoje com relação
ao valor da vida humana. Os mesmos países ricos que são contra a pena capital
para os criminosos culpados de assassinato são, inexplicavelmente, a favor
dessa mesma pena para bebês inocentes que se encontram na barriga de suas mães.
E agora lutam para estender essa pena aos doentes, aos deficientes e aos
idosos, mediante práticas de eutanásia. Querem livrar os culpados dessa pena,
sob a alegação de que é um meio cruel de a sociedade castigar indivíduos
perigosos.[1] Ao mesmo tempo,
não querem livrar os idosos, sob a alegação de que a eutanásia é um meio
“misericordioso” de livrá-los do sofrimento. Querem, além disso, que as
autoridades civis se envolvam nessa área, quando a Bíblia deixa bem claro que o
papel do governo e das leis civis não é castigar os bons, mas os maus.
“Porque as autoridades civis não são terror para [as
pessoas de] boa conduta, mas para [as de] má conduta. Você não quer ter medo
daquele que está em autoridade? Então faça o que é certo e você receberá a
aprovação e o elogio dele. Pois ele é o servo de Deus para o seu bem. Mas se
você errar, [tenha medo dele e] receie, pois ele não usa e leva a espada inutilmente.
Ele é o servo de Deus para executar Sua ira (castigo, vingança) sobre o
malfeitor”. (Romanos 13:3-4
Bíblia Ampliada em inglês)
A
espada era usada como um instrumento para castigar e matar. Embora a Palavra de
Deus esclareça que as autoridades têm permissão de Deus para usar a espada
contra os criminosos, não há nenhum apoio na Bíblia ao uso da espada contra os
inocentes, nem para a prática do aborto nem da eutanásia. Isso é contrário aos
princípios de Deus.
As
autoridades podem, de acordo com a Palavra de Deus, usar a espada para o
benefício da sociedade. O que não se pode é fazer o que muitos governos fazem
hoje, permitindo o sacrifício de vidas humanas inocentes nas chamadas
experiências com células troncos embrionárias. Se a sociedade moderna não
tolera a execução dos assassinos que matam seus cidadãos inocentes, então por
que tolerar o aborto e o sacrifício de embriões em experiências médicas loucas?
Tal contradição é no mínimo hipócrita e ilógica.
Na
Europa, onde a execução de criminosos assassinos foi há muito tempo abolida, a
execução de bebês na barriga de suas mães é legalmente mantida como um direito
sagrado das mulheres. Nos EUA, os mesmos líderes sociais e meios de comunicação
que lutam para salvar da pena capital o pequeno número de indivíduos condenados
por assassinatos brutais também lutam incansavelmente para proteger a execução
brutal dos mais que 1 milhão
de crianças que são legalmente abortadas todos os anos! Isso sem mencionar que
nada é feito contra a crescente prática de assassinar bebês recém-nascidos nos
hospitais.
Na
França mais da metade dos médicos que cuidam de recém-nascidos afirmou, numa
pesquisa, que freqüentemente administram drogas para acabar com a vida de
recém-nascidos que têm algum problema médico incurável, porém a França é
conhecida internacionalmente por sua radical oposição à pena de morte de
assassinos brutais.[2] Parece
que salvar a vida dos culpados é a preocupação mais importante dos ativistas
sociais de hoje.
As
mesmas sociedades que, por motivo de compaixão, se opõem à pena de morte para
assassinos desumanos agora a estão aplicando, por motivo de “compaixão”, em
bebês indefesos. Tudo indica que os idosos serão os próximos na fila.
A
tendência de combater a pena de morte para os culpados e defendê-la para os
inocentes é não só um mistério, mas talvez também o maior desafio e contradição
da nossa geração. E é estranho também que cientistas que estão tão ansiosos
para encontrar vida em outros planetas não sintam o mínimo remorso de fazer
experiências em bebês vivos — que eles chamam simplesmente de embrião ou outros
nomes que suavizem a plena humanidade do ser humano indefeso antes do nascimento.
Estão com tanta vontade de descobrir e preservar formas de “vidas” que não
conhecem quando não se preocupam em preservar e proteger a vida inocente mais
importante que já conhecem.
Notas:
[2]
Pro-Life E-News, 22 de
junho de 2000, Canadá.
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